segunda-feira, 26 de outubro de 2015

RIO DE JANEIRO: MUITO MAIS DO QUE UMA CIDADE OLÍMPICA – PARTE II - HISTÓRIAS DO CENTRO DO RIO DE JANEIRO





 
Confeitaria Colombo


     Se você já chegou na Rua do Ouvidor fica impossível não conhecer outras partes do Centro do Rio. Próximo a Ouvidor tem a Confeitaria Colombo, que fica na Rua Gonçalves Dias. Passar na Ouvidor  e não comer na Colombo é a mesma coisa que ir ao Rio e não visitar o Cristo Redentor.  Nessa região você encontra várias igrejas com mais de dois  séculos de existência.
 
Confeitaria Colombo - vista interna
   Obviamente que você já passou pela Praça XV de Novembro, onde fica o Paço Imperial.  O Beija-mão ocorria no Paço. Foi lá que  D. Pedro I disse “diga ao povo que fico” e foi lá também que a Princesa Isabel assinou a lei que abolia a escravidão no Brasil. 

 
Concentração da multidão em frente ao Paço comemorando a Abolição

 
      O escritor Lima Barreto fez 7 anos nesse mesmo dia e testemunhou o evento. Ele e seu pai participaram dos festejos que tomaram conta das ruas adjacentes ao Paço.


Paço Imperial

    Bem próximo fica a Rua da Quitanda que já teve vários nomes, mas o nome que mais chamou atenção foi Rua  Sucussarará.  Nessa rua clinicava um médico  que, após examinar um paciente (provavelmente com hemorróidas), receitou-lhe e recomendou com forte sotaque britânico: “Tome esse remédio que su c... sarará.”


Rua da Quitanda

     Aos sábados tem uma feira de antiguidades na Praça XV. Vale a pena conhecer. Fica próxima da estação das barcas.  Naquela região fica o Museu Histórico Nacional. Seguindo o tour cultural, na Rua Primeiro de Março você conhece o Centro Cultural do BB, Espaço Cultural dos Correios e a Casa Brasil-França. Tudo bem perto. 


CCBB

Casa Brasil-França

CCBB e ao lado Espaço Cultural dos Correios



     Ainda não acabou. Se você tiver disposição conheça o Espaço Cultural da Marinha. A principal atração é conhecer o palacete da Ilha Fiscal. (É uma ilha que fica na baia de Guanabara e tem um palacete na cor verde em estilo gótico.) Nesse local foi realizado o último baile da monarquia (9 de novembro de 1889) antes da Proclamação da República (os historiadores consideram que foi um golpe de estado). 
Ilha Fiscal

     Esse evento foi muito badalado. Estava marcado para as 20h30, mas desde cedo uma multidão se acotovelava em volta do Cais Pharoux, que dá acesso à ilha, e nas ruas próximas para ver chegarem os convidados. A impressão que se tinha era que boa parte dos 500 000 habitantes que contava o Rio de Janeiro naquela época estava lá. Uma das seis bandas contratadas para a festa animava o povo que prestigiava o evento vaiando ou aplaudindo os convidados. As roupas das mulheres foram adquiridas nas lojas sofisticadas da Rua do Ouvidor. Os cabelos, penteados por cabelereiros franceses, no mesmo endereço. Já os homens abusavam das brilhantinas inglesas nos cabelos e nos bigodes.


Convite

       Registros da festa mostram que foram consumidos em torno de 10.000 litros de cerveja, 304 caixas de vinhos, champagne e bebidas diversas.  Apesar de todos os preparativos e ajustes o palacete da ilha Fiscal não disponha de banheiros suficientes. Para os homens a saída foi “recorrer ao mar”, já as mulheres tiveram que apelar para baldes dispostos em alguns cantos do castelo.
       Uma lista divulgada, dos despojos encontrados nos salões, na manhã daquele domingo incluía, por exemplo, oito raminhos de corpete, três coletes de senhora, dezessete ligas, dezesseis chapéus, nove dragonas, treze lenços de seda, nove de linho e quinze de cambraia. Às 5 horas da manhã, após a saída dos convidados, os trabalhos de limpeza revelaram alguns artigos inusitados espalhados pelo chão: além de copos quebrados e garrafas espalhadas, foram recolhidas condecorações perdidas e até peças de roupas íntimas femininas.
           Se você gostou, continue acompanhando as nossas postagens, porque o caminho é longo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário