domingo, 2 de fevereiro de 2020

O ESTUPRO DE NANKING

Chinês decapitado em uma rua de Nanking



    Olá. Estou aproveitando as férias para colocar as leituras em dia. Além do material de Psicologia eu também estou lendo algumas bibliografias de Filosofia. Mas a nossa postagem de hoje é sobre guerra. Particularmente é um triste episódio pouco divulgado. Estou falando do massacre ocorrido na cidade de Nanking ou também o estupro de Nanking ocorrido durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937–1945). A matança ocorreu entre dezembro de 1937 e janeiro de 1938, após a captura da cidade.

Prisioneiros chineses são usados ​​como alvos vivos em estocadas de baioneta por seus captores japoneses durante a ocupação de Nanking

    Em resumo o massacre de Nanking é compreendido como um episódio de assassinato e estupro em massa cometido por tropas japonesas contra militares e os moradores de Nanking, então capital da China, durante a guerra.

Prisioneiros chineses são enterrados vivos por seus captores japoneses fora da cidade de Nanking


         Na verdade eu desconhecia esse fato e só tomei conhecimento quando me foi indicado a leitura do livro
The Rape of Nanking, 1997 (O estupro de Nanking), da jornalista e historiadora estadunidense de ascendência chinesa Iris Shun-Ru Chang. A partir dessa informação realizei uma pesquisa sobre o assunto conforme as referências no fim da postagem.
   O livro é uma narrativa pesada onde a Chang, com uma riqueza de detalhes, descreve de fontes originais o estupro, tortura e assassinato de cerca de 300.000 chineses por uma força de 50.000 soldados japoneses.
Uma mulher chinesa, segurando uma criança, observa o corpo de seu marido morto, 30 de dezembro de 1937.

   Para produzir o livro, a jornalista permaneceu em Nanking por dois anos entrevistando sobreviventes e através de informações passadas pelos entrevistados  ela tomou conhecimento que um morador alemão da cidade na época que havia ajudado a estabelecer uma zona franca administrada por estrangeiros, onde milhares de chineses fugiram para a segurança. A partir desse dado  ela localizou a neta dele em Hamburgo e descobriu um diário detalhado escrito por seu avô sobre os acontecimentos.
Um soldado japonês após a execução de chineses, segurando uma cabeça.

   Como podemos observar, a investigação de dois anos rendeu bons frutos históricos, no entanto o massacre é contestado por revisionistas históricos, apologistas e nacionalistas japoneses. Alguns afirmam que o número de mortes foi inflado, enquanto outros negam que ocorreu o massacre.


Soldados japoneses treinavam golpe de baioneta na população de Nanking

    Sem sombra de dúvida que em Nanking foi onde ocorreu uma das maiores catástrofes na guerra contra o Japão. O massacre foi tão brutal que até os nazistas ficaram chocados.
Crianças mortas e expostas em valas






     Os militares competiam para ver quem decapitava mais chineses. Era comum pendurar as cabeças dos prisioneiros para não perder a conta. Muitos soldados estripavam as mulheres, cortavam seus seios, as pregavam vivas nas paredes. "Pais eram forçados a estuprar suas filhas e filhos enquanto mães assistiam à cena", conforme ela relata no livro. As consideradas mais bonitas eram poupadas e enviadas para cerca de 2 mil bordéis de escravas sexuais mantidos pelo exército imperial para diversão de seus soldados. Corpos eram atirados aos cães e não se poupava nem crianças ou idosos.

 Corpos boiando nas margens do
rio Yangtze

      Como a maioria dos registros militares japoneses sobre os assassinatos foi mantida em segredo ou destruída logo após a rendição do Japão em 1945, isso impossibilitou aos historiadores estimar com precisão o número de mortos do massacre.
O campo da morte, nas ruas, em Nanking, na China, após o ataque japonês à cidade,14 de dezembro, 1937.

   Infelizmente em 9 de novembro de 2004, vítima de depressão,  Iris Chang se suicidou.
Iris Chang

    Boa leitura e até a próxima.

   O Historiador Tarimbeiro



Referências:
https://rollingstone.uol.com.br/edicao/edicao-77/o-dia-em-que-deus-olhou-para-o-outro-lado




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