sexta-feira, 17 de agosto de 2018

MAUS - UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS QUE ABORDA O HOLOCAUSTO



      Saudações.

   Tive a oportunidade de ler durante a semana e recomendo como sugestão de leitura, um livro que aborda o holocausto na Segunda Guerra Mundial. O autor inovou ao abordar o tema em uma história em quadrinhos. “Maus — A história de um sobrevivente”, foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda, em 1991.
   O livro retrata os judeus como ratos e os nazistas, gatos. Os poloneses não judeus são porcos, os franceses; sapos, os suecos; renas e os americanos, cachorros.

   Além de abordar o holocausto, o livro trata também de assuntos como depressão, racismo, xenofobia, empatia e as relações humanas.  

  A história foi escrita pelo judeu norte-americano, Art Spiegelman, e foi produzida a partir do relato do pai do autor, Vladek Spiegelman, que sobreviveu as agruras dos campos de concentração.

    Maus apresenta em detalhes o terrível cotidiano dos presos. Os primeiros a serem "descartados" eram as pessoas consideradas mais fracas. Esses rapidamente eram enviados para as câmaras de gás, e os mais mais fortes eram obrigados a trabalhar.
Uma das características do pai do autor, Vladek, é que além de forte, era muito inteligente e isso foi fundamental para ter sobrevivido. 
Faz muito tempo que eu perdi o hábito de ler histórias em quadrinhos e ao ler Maus percebi a necessidade de volta ao velho hábito. 


sábado, 11 de agosto de 2018

FOTOGRAFIAS RARAS E IMAGENS DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL


      Um jantar brasileiro (1827). Jean Baptiste Debret.

      O Brasil foi o último país do continente americano a extinguir a escravidão. Em 13 de maio de 1888 a princesa Isabel assinou a Lei Áurea.
      Foram mais de três séculos, e o Brasil foi o destino de boa parte do tráfico de africanos no mundo. Quase cinco milhões de pessoas foram trazidas para o País. 
      O imperador do Brasil Dom Pedro II, manifestando um grande interesse pela fotografia, contribuiu para que a fotografia ganhasse um amplo espaço no registro do cotidiano brasileiro. E a escravidão também foi amplamente documentada pelos fotógrafos do século XIX. Na postagem de hoje apresentamos algumas imagens do cotidiano de escravos e escravas e também os instrumentos utilizados para torturar os cativos no Brasil. 




Escravos conduzindo  um homem na liteira. Salvador -BA, 1860. Acervo IMS.


Dois escravos conduzindo uma senhora branca  na liteira, Salvador -BA, 1860, Acervo do Instituto  Moreira Salles. 









Escrava vendedora com os filhos. Acervo do Museu Municipal de Cachoeira do Sul-RS.



Retrato de homem da etnia “Mina Mondri”, de Augusto Stahl. Rio de Janeiro, c. 1865. Acervo do The Peabody Museum of Archaeology & Ethnology. 




Foto de moça da etnia “Mina Ondo” com turbante e colar. De Augusto Stahl. Rio de  aneiro, c. 1865. Acervo do The Peabody Museum of Archaeology & Ethnology. 



Retrato de escrava babá brincando com criança.Foto de Jorge Henrique Papf. Petrópolis (RJ), 1899. Pertence à coleção George Ermakoff.



Fotografia da escrava Florinda Ana do Nascimento. Acervo do Instituto Feminino da Bahia, Museu do Traje e do Têxtil. S/ data.



Escravos em uma Casa Grande na Bahia em 1870. Fonte: livro Escravidão em Alagoas, de Félix Júnior, Maceió, 1974.




Mulheres escravas preparam comida durante a colheita do café no século XIX / Imagem: Victor Frond - Litografada pelos artistas de Paris, 1861, Paris Lemercier, Imprimeur - Litographe - Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - Reprodução Renato Parad








Escravo sapateiro. Acervo IMS










Marc Ferrez/ Coleção Gilberto Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles, escrava com seu filho | Salvador, BA, c. 1884




Marc Ferrez. Escravos na colheita de café, c. 1882. Vale do Paraíba, RJ / Acervo IMS 



Escravos na colheita do café Rio de Janeiro, RJ, c. 1882. Marc Ferrez / Coleção Gilberto Ferrez / Acervo Instituto Moreira Salles


Marc Ferrez/ Coleção Gilberto Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles, Partida para colheita do café | Vale do Paraíba, c. 1885


Escravos em terreiro de una  fazenda de café. Vale do Paraíba, c. 1882. Marc Ferrez / Coleção Gilberto Ferrez / Acervo Instituto Moreira Salles


Marc Ferrez/ Coleção Gilberto Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles. Primeira foto do trabalho no interior de uma mina de ouro | Minas Gerais, 1888


Foto da Fazenda Quititi, no Rio de Janeiro, 1865. Observa-se uma criança branca brincando com seu brinquedo enquanto as crianças escravas descalças e com roupas em farrapos brincam entre si. Acervo IMS.



Marc Ferrez/ Coleção Gilberto Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles. Escravos na colheita de café | Vale do Paraíba, c. 1882



Lavagem do ouro, Minas Gerais, 1880. (Foto: Marc Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles).



Retrato de ama negra com criança branca presa às costas. Cartão postal de Rodolpho Lindemann. Salvador, [década de 1880]. Pertence à coleção Apparecido Jannir Salatini. 





Quitandeiras escravas em rua do Rio de Janeiro, 1875(Marc Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles - (IMS).


Palmatórias: A palmatória era um instrumento de punição e castigo feita de madeira. Consistia em dar pancadas  nas palmas das mãos estendidas dos escravos. Ela tinha função de provocar violentas equimoses e ferimentos no epitélio das mãos. Era aplicada preferencialmente em mulheres e crianças e para punir faltas consideradas pequenas.


Loja de SapateiroAquarela de J. B. Debret 1820/30



"Escravidão no Brasil", de Jean Baptiste Debret .



O tronco era um dos mais famosos e cruéis castigos usado nos escravos considerados 'rebeldes'. O indivíduo tinha a roupa arrancada e era preso por algemas e correntes em um tronco reto de pouco mais de 2 metros de altura. A partir daí, uma 'plateia' se formava em torno do "espetáculo" e a tortura começava. Normalmente era o feito ou o capataz que realizava a punição. Com uma chibata, o indivíduo preso ao tronco tinha suas costas e pernas dilaceradas. Quando preso no tronco, o escravo punido levava de 20 até 100 chicotadas. Muitos escravos morriam durante o castigo, e os que sobreviviam eram obrigados em banhar-se na salmoura (uma banheira com uma solução de água e sal que exercia uma aceleração da cicatrização dos ferimentos, e claro, uma dor inimaginável).
Escravo recebendo chicotadas no tronco





Uma família  de brancos brasileiros  e suas  escravas domésticas, 1860. Pernambuco. 

Escravos celebram um congado (um ritual cristão com elementos nativos africanos) em uma fazenda na província de Minas Gerais, Brasil.1876.Lago, Bia Corrêa do; Corrêa do Lago, Pedro. Coleção Princesa Isabel: Fotografias para o capítulo XIX . Rio de Janeiro: Capivara, 2008.








Pau de Arara: é uma barra de ferro que é atravessada entre os punhos amarrados e a dobra do joelho, deixando o corpo do torturado pendurado a cerca de 20 ou 30 centímetros do chão. Nessa posição que causa dores terríveis, o escravo ada sofria pancadas por todo o corpo. 







Ferro de Marcar: era forjado em ferro, poderia carregar as iniciais dos donos, ou a letra F de fugitivo. Ele era colocado em brasa quente e logo em seguida posto contra a pele do escravo.







Berlinda: Utilizadas nas fazendas brasileiras para imobilizar e castigar escravos fugitivos.





A caixinha para as mãos era usada como punição aos furtos leves praticados por domésticos. Prendendo geralmente a mão direita, esta era ferida com pregos. Além das dores do momento, o escravo ficava com a mão inutilizada. Depois era liberado. A marca nas mãos podia servir de exemplo para outros escravos.


     Segue abaixo o link para assistir ao filme Quilombo, que aborda a escravidão no Brasil. 
https://youtu.be/pwbmkM7xQS0

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

A GUERRA NÃO TEM ROSTO DE MULHER



     Saudações.
  A minha sugestão de leitura na postagem de hoje é sobre a participação das mulheres nas guerras,  mas também do  olhar feminino sobre os conflitos armados, onde elas se viram obrigadas a participar. Um dos livros que estou concluindo a leitura e recomendo é da jornalista e escritora ucraniana Svetlana Aleksievitch.








  Em A guerra não tem rosto de mulher, de 2013, a autora discorre sobre a participação das mulheres da URSS na Segunda Guerra Mundial. De acordo com a sua narrativa a presença  feminina no conflito não se limitou a retaguarda.  Elas executaram ações como "tanquista", "atiradora de fuzil", "soldado de infantaria" etc.



      Mas a guerra que nós conhecemos tem a narração da “voz masculina”.  Como bem ressaltou a escritora "somos todos prisioneiros de
representações e sensações masculinas da guerra. Das palavras masculinas”. 



   O que mais agrada na obra de Svetlana é a relação que foi construída entre a jornalista e as depoentes. A partir dessa relação, as narrativas dessas  protagonistas, até então anônimas,  ganham um contorno do gênero na interpretação do valor da vida, família e o sentimento.    E neste sentido a escritora utilizou muito bem as entrevistas.
   Enfim, é uma leitura que oferecem uma nova visão sobre a guerra. Um olhar feminino. 
Boa leitura.



   O Historiador Tarimbeiro