BBC
Chris Baraniuk, Repórter de Tecnologia, 10
agosto 2015
Analistas
estabeleceram uma ligação de causalidade entre ataques aéreos contra os
extremistas e ataques a bombas em estradas realizados pelo 'EI'. Além disso,
encontraram uma conexão com o uso de táticas militares por jihadistas.
O sistema
algorítmico analisou 2,2 mil incidentes relacionados ao 'Estado Islâmico' a
partir do segundo semestre de 2014. Uma característica notada foram picos no
uso de dispositivos explosivos improvisados (IEDs, na sigla em inglês).
Paulo
Shakarian, da Universidade Estadual do Arizona, um dos coautores do estudo e
ex-oficial do Exército americano que serviu no Iraque em 2006, disse à BBC:
"Quando eles são alvo de diversos ataques aéreos, eles mudam de operações
com grande infantaria para o uso de IEDs."
Pesquisadores
também descobriram que o uso de bombas por veículos aumentaram antes de grandes
operações de infantaria por militantes. Um exemplo disso foi no Iraque.
"Acreditamos
que esta relação deve-se ao desejo de prevenir reforços do Exército iraquiano a
partir de Bagdá", disse Shakarian.
Analistas
também notaram uma forte alta em sequestros realizadas pelo 'Estado Islâmico'
após ataques aéreos sírios. Segundo Shakarian, os analistas acreditam que estas
ações poderiam ser retaliação para capturar agentes de inteligência sírios que
poderiam ter contribuído com informações.
Shakarian
disse que as táticas do Estado Islâmico são bem diferente daquelas que ele e as
forças estrangeiras enfrentaram no Iraque, há nove anos.
O grupo
extremista, disse, é mais complexo e dinâmico, razões pelas quais a natureza
das suas estratégias nem sempre era evidente sem análise computacional.
Elizabeth
Quintana, diretora de Ciências Militares no Royal United Services Institute,
disse que as forças que enfrentam o 'Estado Islâmico' deverão considerar estes
resultados úteis.
"Os
militares têm acesso a uma grande quantidade de informações", disse.
"Eles precisam de uma maneira de fazer com que sejam mais fáceis de
digerir. O estudo analítico é definitivamente a maneira de se fazer isso."
Noel Sharkey,
cientista da Computação da Universidade de Sheffield, acrescentou que esta
abordagem pode ajudar a prever prováveis tipos de ataques.
"Isso
sugere que (o Estado Islâmico) tem uma estratégia operacional previsível ao
invés de uma arbitrária, ou uma nova para cada ataque", disse.
"Claro, o
problema é que isso pode mudar de repente e particularmente se eles notarem que
outras forças militares estavam agindo a partir dessas previsões."
Shakarian
apresentará um relatório com as conclusões numa conferência sobre análise de
dados em Sydney, na próxima semana.
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