A Mulata. Barros, o Mulato (Fonte: revista Carioca, 1947, BN/Hemeroteca) |
Passei aqui para compartilhar algumas informações da minha atual pesquisa. Estou investigando a trajetória de um pintor negro muito talentoso que entre as décadas de 1930 e 1950 foi destaque nas artes plásticas, no entanto foi apagado da História da Arte no Brasil.
Destaque de Miguel Barros, o Mulato (Fonte: A noite, RJ, 1963) |
Miguel Barros, o Mulato, era como ele se denominava, também era um ativista que lutava contra o racismo no Brasil.
Nascido na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul em 24 de agosto de 1913. Iniciou sua carreira artística por volta dos 15 anos de idade, estudando na Escola de Belas Artes que funcionava no Conservatório de Música de Pelotas. Foi aluno de grandes nomes da arte como João Fahrion e Leopoldo Gotuzzo.
Destaque de entrevista de Miguel Barros criticando o racismo no Brasil(Fonte: O Malho, 1943) BN/Hemeroteca |
Destaque de Miguel Barros.(Fonte: Correio Paulistano, 1945)BN |
Como articulista do jornal A Alvorada, assinando como Creoulo Leugim e outros pseudônimos, Miguel Barros escreveu artigos de grande repercussão entre os leitores do periódico de Pelotas-RS.
“Mulher”, artigo de autoria de Miguel Barros (pseudônimo Creoulo Leugim)(Fonte: A Alvorada, 1933) |
“Negra!”, artigo de autoria de Miguel Barros (pseudônimo Creoulo Leugim)(Fonte: A Alvorada, 1934) |
“Campanha Pró-Educação” promovida pelo jornal, tendo Miguel Barros como redator geral (Fonte: A Alvorada, 1935) |
“Parece História!”, denúncia de racismo na cidade de São Leopoldo-RS e o artigo “Rinquinho”, de autoria de Miguel Barros (pseudônimo Creoulo Leugim) (Fonte: A Alvorada, 1934) |
Artigo "Saudade", (Fonte O Malho, 1953) |
A Mulata, 1947. Barros, o Mulato (Fonte: Foto/José Eduardo B. Cunha (2021) |
Ao investigar a história de Barros e diante dos primeiros contatos com as fontes, compreendi que o artista além de ser um pintor com talento reconhecido no Brasil e no exterior, era um ativista importante na luta contra discriminação racial no Brasil.
O Belo, Barros o Mulato, 1951. Fonte: O Malho, BN |
Como podemos observar, as inúmeras reportagens não deixam a menor dúvida de que Miguel Barros, o Mulato, foi um artista plástico de sucesso na sua época, mas foi literalmente apagado da nossa memória.
Divulgação de exposição de Miguel Barros, o Mulato, na cidade do RJ. (Fonte: O Imparcial, 1937) |
Destaque da visita de Miguel Barros a redação do jornal e divulgação da publicação do livro Teoria sem número. (Fonte: Jornal de Notícias, 1963)BN/Hemeroteca |
Banquete em homenagem a Barros, 1938, RJ (Fonte: O Malho, BN) |
Divulgação de exposição de Miguel Barros, o Mulato, na cidade de Niterói-RJ. (Fonte: O Imparcial, 1938) Biblioteca Nacional/Hemeroteca |
Exposição de Barros, o Mulato, 1939. (Fonte: O Malho) |
Exposição de Miguel Barros, o Mulato, na Argentina. 1940. (Fonte: A Noite/BN) |
Barros, o Mulato, é um caso excepcional de um artista plástico negro que ganhou um amplo destaque da imprensa com suas exposições de pinturas no Brasil e no exterior.
Miguel Barros, o Mulato, também foi jornalista, escritor e protagonizava a luta antirracista em Pelotas. Foi articulista e redator do jornal A Alvorada e participou da Frente Negra Pelotense (FNP).
Miguel Barros, o Mulato (Fonte: foto: arquivo de família, s/data) |
Como ainda estou no início da pesquisa, algumas informações ainda são imprecisas, mas eu já publiquei um artigo narrando vários aspectos da trajetória de Miguel Barros, o Mulato, destacando pistas que explicam o seu processo de apagamento na História da Arte brasileira.
Segue o link do site
https://www.geledes.org.br/quem-foi-miguel-barros-1913-2011-o-artista-plastico-e-antirracista-apagado-da-historia-da-arte-no-brasil/Até a próxima.
O Historiador Tarimbeiro
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