terça-feira, 10 de novembro de 2015

VOCÊ CONHECE O CCOPAB?





        O Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB) foi criado em 2010. Até 2005 era conhecido  como Centro de Instrução de Operações de Paz (CIOpPaz) do Exército Brasileiro, em  funcionamento no Rio de Janeiro.


       O CCOPAB também tem o seu nome a designação de Centro Sérgio Vieira de Mello, em homenagem ao diplomata brasileiro morto em um ataque terrorista, quando em serviço no Iraque, em 2003. O CCOPAB tem a especialidade  em  preparar e orientar militares brasileiros designados para missões de paz e humanitárias sob a responsabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU). 

 
Sérgio Vieira de Mello
 
Não é de hoje que o Brasil participa de missões de paz. Após a Segunda Guerra Mundial o país colaborou de forma incisiva com organismos internacionais.
 O País há muito tempo vem atuando nessa área, inserindo observadores militares desarmados ou forças levemente armadas, com o objetivo de monitorar um cessar-fogo ou criar as condições necessárias para as negociações de paz. 



            A primeira participação do Exército Brasileiro em Missões de Paz, ocorreu em 1947 quando observadores militares foram enviados aos Balcãs. Nas décadas de 1950 e 1960 participou com frações constituídas integrando forças internacionais de paz no Oriente Médio (Canal de Suez, Egito), sob a égide da ONU e no Caribe, sob o controle de Organização dos Estados Americanos (República Dominicana).




       A mais longa missão foi no Oriente Médio (UNEF), que durou de 1957 a 1967. Teve a participação de aproximadamente 6.000 homens, revezando-se em 20 contingentes, finalizando com o início da Guerra dos Seis Dias.
        Nas décadas posteriores houve um decréscimo no número de missões até 1989. Em 1994, foram enviadas tropas para Moçambique. Em setembro de 1995, para Angola, e em 1999, para o Timor-Leste. No ano de 2004 o Exército voltou a atuar, desta vez no Haiti onde permanece até os dias atuais.
        Nos últimos anos, além do envio dos contingentes, militares brasileiros vêm prestando relevantes serviços às Nações Unidas como observadores na África, na América Central, na Europa e na Ásia, cooperando para a solução pacífica de diversos conflitos.

Médicas e enfermeira atendendo criança haitiana
 
E para viabilizar essas participações em missões de paz o CCOPAB tem essa missão de preparação de contingentes, preparar observadores militares e Estado-Maior, contribuir para a pesquisa e doutrina, planejar e conduzir cursos e estágios, cooperar com os estabelecimentos de ensino, participar da avaliação de militares e tropas, preparar militares designados para cursos e cooperar com as demais Forças Armadas e Forças Auxiliares, a fim de que todos os elementos envolvidos tenham um desempenho de qualidade nas diversas missões as quais são designados.




     Atualmente o CCOPAB também tem recebido um número cada vez maior de estrangeiros para treinamento na instituição. A Argentina, Chile, Estados Unidos, França e Canadá, entre outros, tem enviado constantemente militares para qualificação em operações de paz naquele Centro.
       Além de cursos, estágios e exercícios avançados voltados a profissionais militares, o CCOPAB oferece programas voltados ao público civil – como o Estágio de Preparação para Assessores de Imprensa em Áreas de Conflito. 

O quadro a seguir faz um demonstrativo sintético de algumas participações brasileiras.

  
Missão e localização
Descrição sumária da contribuição brasileira
Período
Grécia (UNSCOB)
Observar uma possível intromissão de países vizinhos na guerra civil grega.
1947 a 1951
Sinai e Faixa de Gaza (UNEF)
Manter separados os beligerantes na guerra entre  Egito e Israel, .
1957 a 1967
ONUC
Congo
Evitar o genocídio perpetrado pelos separatistas, após a guerra de independência e proteger a retirada das tropas belgas da região.

1960 a 1964
República Dominicana (DOMREP)
Restabelecer a ordem e a paz na República Dominicana
1965 a 1966
Nova Guiné, Paquistão e Chipre
Integrar Forças de Paz da ONU, evitando uma escalada de conflitos nesses países.
1962 a 1966
El Salvador (ONUSAL)
Verificar a obediência a acordos relativos à preservação de direitos humanos.
1991 a 1995
Nicarágua e Costa Rica (MARMINCA)
Supervisionar ações de desativação de minas na fronteira entre esses países. A mesma atividade foi desenvolvida em Al Salvador.

1991 a 1996
Uganda e Ruanda
(UNOMUR)
Manter a estabilidade na região, evitando que se alastrassem os focos de insurreição.
1993 a 1994
Sérvia, Croácia, Bósnia-Herzergovinia e Macedônia
(UNPROFOR)
Supervisionar os acordos de cessar fogo entre os integrantes, tentar solucionar os conflitos regionais pela via diplomática e promover proteção a comboio de natureza humanitária.

1992 a 1995

Moçambique (ONUMOZ)
Verificar o cumprimento dos acordos de paz entre o governo e facção rebelde.
1992 a 1994
Angola (UNAVEM I)
Verificar a retirada do efetivo militar cubano.
1989 a 1991
Angola (UNAVEM II)
Verificar o cumprimento dos acordos de paz entre o governo de Angola e a UNITA.
1991 a 1995
Angola (UNAVEM III)
Promover condições para a instalação definitiva da paz em Angola e verificar a obediência a acordos relativos à preservação dos direitos humanos.

1995 a 1997
Equador e Peru (MOMEP)
Garantir o cumprimento do “Protocolo do Rio” e pôr fim ao litígio envolvendo esses países.
1995 a 1999
Timor Leste (UNMISET)
Assistir o governo leste-timorense em setores vitais para sua estabilidade e garantir a segurança interna e externa do país.
2002 a 2005
Haiti (MINUSTAH)
Missão de estabilização no Haiti.
2004(em andamento)




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