O Centro Conjunto de Operações de Paz
do Brasil (CCOPAB) foi criado em 2010. Até 2005 era conhecido como Centro de Instrução de Operações de Paz
(CIOpPaz) do Exército Brasileiro, em funcionamento no Rio de Janeiro.
O CCOPAB também tem o seu nome a designação de
Centro Sérgio Vieira de Mello, em homenagem ao diplomata brasileiro morto em um
ataque terrorista, quando em serviço no Iraque, em 2003. O CCOPAB tem a especialidade em preparar e orientar militares brasileiros
designados para missões de paz e humanitárias sob a responsabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU).
Não é de hoje que o Brasil
participa de missões de paz. Após a Segunda Guerra Mundial o país colaborou de
forma incisiva com organismos internacionais.
O País há muito tempo
vem atuando nessa área, inserindo observadores militares desarmados ou forças levemente
armadas, com o objetivo de monitorar um cessar-fogo ou criar as condições
necessárias para as negociações de paz.
A primeira participação do Exército
Brasileiro em Missões de Paz, ocorreu em 1947 quando observadores militares
foram enviados aos Balcãs. Nas décadas de 1950 e 1960 participou com frações
constituídas integrando forças internacionais de paz no Oriente Médio (Canal de
Suez, Egito), sob a égide da ONU e no Caribe, sob o controle de Organização dos
Estados Americanos (República Dominicana).
A mais longa missão foi no Oriente
Médio (UNEF), que durou de 1957 a 1967. Teve a participação de aproximadamente
6.000 homens, revezando-se em 20 contingentes, finalizando com o início da
Guerra dos Seis Dias.
Nas décadas posteriores houve um
decréscimo no número de missões até 1989. Em 1994, foram enviadas tropas para Moçambique.
Em setembro de 1995, para Angola, e em 1999, para o Timor-Leste. No ano de 2004
o Exército voltou a atuar, desta vez no Haiti onde permanece até os dias
atuais.
Nos últimos anos, além do envio dos
contingentes, militares brasileiros vêm prestando relevantes serviços às Nações
Unidas como observadores na África, na América Central, na Europa e na Ásia,
cooperando para a solução pacífica de diversos conflitos.
Médicas e enfermeira atendendo criança haitiana |
E para viabilizar essas participações em missões de paz o CCOPAB tem essa
missão de preparação de contingentes, preparar observadores militares e Estado-Maior,
contribuir para a pesquisa e doutrina, planejar e conduzir cursos e estágios,
cooperar com os estabelecimentos de ensino, participar da avaliação de
militares e tropas, preparar militares designados para cursos e cooperar com as
demais Forças Armadas e Forças Auxiliares, a fim de que todos os elementos
envolvidos tenham um desempenho de qualidade nas diversas missões as quais são
designados.
Atualmente o CCOPAB também tem
recebido um número cada vez maior de estrangeiros para treinamento na
instituição. A Argentina, Chile, Estados Unidos, França e Canadá, entre outros,
tem enviado constantemente militares para qualificação em operações de paz naquele
Centro.
Além de cursos, estágios e exercícios
avançados voltados a profissionais militares, o CCOPAB oferece programas
voltados ao público civil – como o Estágio de Preparação para
Assessores de Imprensa em Áreas de Conflito.
O quadro a seguir faz um demonstrativo sintético
de algumas participações brasileiras.
Missão e
localização
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Descrição
sumária da contribuição brasileira
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Período
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Grécia (UNSCOB)
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Observar
uma possível intromissão de países vizinhos na guerra civil grega.
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1947 a 1951
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Sinai e Faixa de Gaza (UNEF)
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Manter
separados os beligerantes na guerra entre Egito e Israel, .
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1957 a 1967
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ONUC
Congo
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Evitar
o genocídio perpetrado pelos separatistas, após a guerra de independência e
proteger a retirada das tropas belgas da região.
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1960 a 1964
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República Dominicana (DOMREP)
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Restabelecer
a ordem e a paz na República Dominicana
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1965 a 1966
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Nova Guiné, Paquistão e Chipre
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Integrar
Forças de Paz da ONU, evitando uma escalada de conflitos nesses países.
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1962 a 1966
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El Salvador
(ONUSAL)
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Verificar
a obediência a acordos relativos à preservação de direitos humanos.
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1991 a 1995
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Nicarágua e Costa Rica (MARMINCA)
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Supervisionar
ações de desativação de minas na fronteira entre esses países. A mesma
atividade foi desenvolvida em Al Salvador.
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1991 a 1996
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Uganda e Ruanda
(UNOMUR)
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Manter
a estabilidade na região, evitando que se alastrassem os focos de insurreição.
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1993 a 1994
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Sérvia, Croácia, Bósnia-Herzergovinia e Macedônia
(UNPROFOR)
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Supervisionar
os acordos de cessar fogo entre os integrantes, tentar solucionar os
conflitos regionais pela via diplomática e promover proteção a comboio de
natureza humanitária.
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1992 a 1995
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Moçambique (ONUMOZ)
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Verificar
o cumprimento dos acordos de paz entre o governo e facção rebelde.
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1992 a 1994
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Angola (UNAVEM I)
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Verificar
a retirada do efetivo militar cubano.
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1989 a 1991
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Angola (UNAVEM II)
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Verificar
o cumprimento dos acordos de paz entre o governo de Angola e a UNITA.
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1991 a 1995
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Angola (UNAVEM III)
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Promover
condições para a instalação definitiva da paz em Angola e verificar a
obediência a acordos relativos à preservação dos direitos humanos.
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1995 a 1997
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Equador e Peru (MOMEP)
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Garantir
o cumprimento do “Protocolo do Rio” e pôr fim ao litígio envolvendo esses
países.
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1995 a 1999
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Timor Leste (UNMISET)
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Assistir
o governo leste-timorense em setores vitais para sua estabilidade e garantir
a segurança interna e externa do país.
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2002 a 2005
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Haiti (MINUSTAH)
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Missão
de estabilização no Haiti.
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2004(em andamento)
|
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