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Chinês decapitado em uma rua de Nanking
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Olá. Estou aproveitando as férias para colocar as leituras em dia. Além do material de Psicologia eu também estou lendo algumas bibliografias de Filosofia. Mas a nossa postagem de hoje é sobre guerra. Particularmente é um triste episódio pouco divulgado. Estou falando do massacre ocorrido na cidade de Nanking ou também o estupro de Nanking ocorrido durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937–1945). A matança ocorreu entre dezembro de 1937 e janeiro de 1938, após a captura da cidade.
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Prisioneiros chineses são usados como alvos vivos em estocadas de baioneta por seus captores japoneses durante a ocupação de Nanking
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Em resumo o massacre de Nanking é compreendido como um episódio de assassinato e estupro em massa cometido por tropas japonesas contra militares e os moradores de Nanking, então capital da China, durante a guerra.
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Prisioneiros chineses são enterrados vivos por seus captores japoneses fora da cidade de Nanking
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Na verdade eu desconhecia esse fato e só tomei conhecimento quando me foi indicado a leitura do livro The Rape of Nanking, 1997 (O estupro de Nanking), da jornalista e historiadora estadunidense de ascendência chinesa Iris Shun-Ru Chang. A partir dessa informação realizei uma pesquisa sobre o assunto conforme as referências no fim da postagem.
O livro é uma narrativa pesada onde a Chang, com uma riqueza de detalhes, descreve de fontes originais o estupro, tortura e assassinato de cerca de 300.000 chineses por uma força de 50.000 soldados japoneses.
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Uma mulher chinesa, segurando uma criança, observa o corpo de seu marido morto, 30 de dezembro de 1937.
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Para produzir o livro, a jornalista permaneceu em Nanking por dois anos entrevistando sobreviventes e através de informações passadas pelos entrevistados ela tomou conhecimento que um morador alemão da cidade na época que havia ajudado a estabelecer uma zona franca administrada por estrangeiros, onde milhares de chineses fugiram para a segurança. A partir desse dado ela localizou a neta dele em Hamburgo e descobriu um diário detalhado escrito por seu avô sobre os acontecimentos.
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Um soldado japonês após a execução de chineses, segurando uma cabeça. |
Como podemos observar, a investigação de dois anos rendeu bons frutos históricos, no entanto o massacre é contestado por revisionistas históricos, apologistas e nacionalistas japoneses. Alguns afirmam que o número de mortes foi inflado, enquanto outros negam que ocorreu o massacre.
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Soldados japoneses treinavam golpe de baioneta na população de Nanking
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Sem sombra de dúvida que em Nanking foi onde ocorreu uma das maiores catástrofes na guerra contra o Japão. O massacre foi tão brutal que até os nazistas ficaram chocados.
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Crianças mortas e expostas em valas
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Os militares competiam para ver quem decapitava mais chineses. Era comum pendurar as cabeças dos prisioneiros para não perder a conta. Muitos soldados estripavam as mulheres, cortavam seus seios, as pregavam vivas nas paredes. "Pais eram forçados a estuprar suas filhas e filhos enquanto mães assistiam à cena", conforme ela relata no livro. As consideradas mais bonitas eram poupadas e enviadas para cerca de 2 mil bordéis de escravas sexuais mantidos pelo exército imperial para diversão de seus soldados. Corpos eram atirados aos cães e não se poupava nem crianças ou idosos.
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Corpos boiando nas margens do rio Yangtze |
Como a maioria dos registros militares japoneses sobre os assassinatos foi mantida em segredo ou destruída logo após a rendição do Japão em 1945, isso impossibilitou aos historiadores estimar com precisão o número de mortos do massacre.
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O campo da morte, nas ruas, em Nanking, na China, após o ataque japonês à cidade,14 de dezembro, 1937.
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Infelizmente em 9 de novembro de 2004, vítima de depressão, Iris Chang se suicidou.
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Iris Chang
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Boa leitura e até a próxima.
O Historiador Tarimbeiro
Referências:
https://rollingstone.uol.com.br/edicao/edicao-77/o-dia-em-que-deus-olhou-para-o-outro-lado