Olá. Após uma lacuna nas postagens, estamos retornando, mas ainda com restrições na disponibilidade de tempo para postar dicas de leituras e informações relevantes. A vida acadêmica ocupa muito tempo principalmente com leituras específicas do curso, mas as dicas de leituras continuam. A nossa sugestão de leitura prossegue com temas do pós-guerra e as consequências da derrocada do 3° Reich.
Annah Arendt |
Com a queda do regime muitos oficiais que participaram das atrocidades cometidas na Alemanha fugiram para outros países e neste sentido o livro Eichmann em Jerusalém. Um retrato sobre a banalidade do mal, de autoria de Hannah Arendt, filósofa judia de origem alemã (1906-1975) traça uma importante narrativa sobre o julgamento do tenente-coronel Obersturmbannführer Adolf Eichmann e as implicações de suas atividades no destino de milhares de pessoas enviadas aos campos de concentração.
A serviço do jornal de The New Yorker, Hannah cobriu todo o processo e pôde analisar o perfil de Eichmann que não admitiu a sua responsabilidade no holocausto. Cabia a Eichmann organizar as rotas dos trens que seguiam para os diversos campos de extermínio na Alemanha e em alguns países ocupados pelos nazistas, como Auschwitz, Treblinka, Birkenau etc.
Cabe destacar que Arendt recebeu diversas críticas de setores judaicos, ao lembrar o fato de que uma pequena parcela dos próprios judeus colaboraram com Eichmann que recebia integrantes dos Conselhos Judaicos formados em cada região por membros influentes da comunidade.
Mas ao concluir a leitura do julgamento de Eichmann ainda faltava um aspecto importante a ser estudado. Como o Estado de Israel encontrou Adolf Eichmann e como ele conseguiu fugir da Alemanha? É essa outra narrativa que o livro Caçando Eichmann: como um grupo de sobreviventes do Holocausto capturou o nazista mais notório do mundo, escrito pelo jornalista norte-americano Neal Bascomb em 2009, apresenta a partir de suas investigações sobre o trajeto de Eichmann até chegar na Argentina e a atuação do Mossad, serviço secreto de Israel, para encontrar, capturar e transportar até Israel o oficial nazista que passou a se chamar Ricardo Klement e vivia com a família na Argentina, trabalhando em uma fábrica da Mercedes-Benz.
Enfim, para compreender todo o processo que culminou com o julgamento de Eichmann a leitura dessas obras é fundamental.
Boa leitura.
O Historiador Tarimbeiro
Referências bibliográficas:
ARENDT, H. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
BASCOMB, Neal. Caçando Eichmann: como um grupo de sobreviventes do Holocausto capturou o nazista mais notório do mundo; tradução Maria Beatriz de Medina. - Rio de Janeiro : Objetiva, 2011.